segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Boca Mole

É para deixar Joaquim José da Silva Xavier de cabelo em pé! Quem nunca tremeu antes de botar o pé em um consultório odontológico?! Eu mesmo morro de medo. O dentista é uma das poucas profissões que ainda tem rastros da Idade Média. Ta bem, é exagero. Pode até ser. Mas reflitam: ao chegar ao consultório o clima do ambiente já é estranho. O olhar de apreenssão é visível. A música ambiente até tenta ajudar, mas ninguém consegue relaxar ouvindo Caetano Veloso sabendo que em instantes o senhor de branco vai te chamar. Nessas horas uma boa leitura pode ajudar a distrair. Mas logo vêm a segunda decepção. Em consultório só há revistas de fofoca. Queria entender a forte ligação de saúde dental com a vida dos artistas. Quer dizer, em alguns minutos terei um estranho mexendo na minha boca e ainda tenho que ficar babando com a casa do Luciano Hulk?! É a única conexão que encontrei.
Eis que chega a hora! A porta se abre, o ser de branco com máscara no rosto e uma lâmina na mão convoca o teu nome. Detalhe nisso tudo: tudo no consultório é branco. Dizem que o céu é branquiiinho. Bom, se for igual a consultório estarei fugindo de lá. Em seguida a vítima senta na tal " cadeira" que mais parece ter saído de filme de ficção científica, e o coração batendo forte! Do lado direito do córner está todo aparato: Gilete, agulha, um ferro afiado, outro ferro afiado, outro troço pontudo... - É para enfartar né não? - do lado esquerdo um cilindro com uma água corrente. Tento me concentrar sempre no barulho da água. Usando a boa imaginação dá para pensar que o barulho é de riacho. Fica aí a dica.
Toda consulta começa com a seguinte pergunta óbvia: "Algum problema contigo?"
Bom, se não tivesse problema nenhum pode apostar que eu não estaria ali apenas para trocar idéia com o dentista. Mesmo que o seu problema bucal seja simples, fique tranquilo, o dentista vai logo arranjar algum problema e serviço pra fazer. Até uma simples limpeza no dente é uma tortura. Aquele aparelho de motorzinho que faz barulho é logo solicitado. E quem nunca tirou o amaldiçoado Ciso?! Aliás, para que serve isso? existe apenas para dar o ganha pão mensal aos dentistas? Bem, não vou reclamar muito pois sei que a medicina bucal melhorou muito. Fico imaginando uma consulta na época dos nossos avós. Pior ainda, no tempo de Tiradentes! Agora entendo porque ele foi o único morto na Inconfidência Mineira. Já devia ser pavoroso ir ao dentista.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ambiguidade no Amor


Não faço a menor idéia como tudo começou. Nem consigo explicar porque me importo tanto com isso. Digo mais, não sei porque fui escolher isto para amar. Porque sofro tanto com cada bola fora ou gol desfavorável. E apesar da tristeza no momento, o coração jamais vai deixar de amar o clube alvi-verde paulistano. Aquele que fica ali em Perdizes, que foi fundado por colonos italianos. Enquanto o orgão que bombeia o meu sangue para o corpo funcionar, ele vai ressoar "Forza Palestra". Já pararam para pensar como a paixão por uma mulher - no meu caso - e pelo clube se assemelham? Nunca?! Pois então vamos às semelhanças:
Em ambos a gente simplesmente se encanta por algum motivo pessoal. Característica física, valores, interesses em comum. No começo tudo são flores. Uma paixão forte e vontade de ter tudo do objeto de admiração domina o seu ser. O flerte inicial - quando é correspondido - faz com que a gente não pense em outra coisa. Em seguida vem o romance. É aquela parte em que aprendemos a conviver que nem tudo são flores assim. Mas quando menos percebemos o que era paixão virou amor. Ou seja, chegou para ficar. Podemos sofrer e chorar às vezes. Mas , quase sempre, no final tudo dá certo. No relacionamento à dois muitas infelicidades aparecem no caminho. Aperreios -- para os não nordestinos: angústias -- brigas, decepção. Afinal de contas, nem sempre estamos por cima na tabela. Pior ainda quando estamos na parte debaixo. Mas sempre dá tempo para a volta por cima. O Fluminense está aí para provar. Certos sentimentos fazem parte do cotidiano. Felicidade, tristeza, raiva, angústia, fé, devoção, orgulho, adrenalina, respeito e admiração. Perdão se esqueci alguma coisa. Tudo isso se alterna durante o relacionamento. Com o Palmeiras, que hoje me entristece, não é diferente. Se hoje o time me traz tristeza, amanhã posso estar chorando de alegria porcausa de alguma conquista. Que assim seja! E viva o Amor!