segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Liderança


Ser líder, dono do pedaço, rei da cocada preta, não é nada fácil! Tanto no campo metafórico, quanto na aplicação literal da palavra. Hoje tive a chance de acompanhar o adestrador do Argos - meu simpático Beagle, de olhos pidões e capeta em forma de cão - e sentir a experiência de pela primeira vez ser obedecido pelo meu fiel escudeiro. Ter a sensação de que você está por cima é uma delícia. Olhar para baixo e ter tudo nas suas mãos, um sentimento de caminhar entre as nuves. Exagero? Talvez. Mas veja bem, para isso acontecer tem que ter pulso firme e não se cansar rapidamente. A ansiedade no comando também é a arma do negócio. Controlá-la é fundamental. O cão vai o tempo todo testar a sua autoridade. No futebol não é muito difrente. Duvidam? Segue o exemplo: no Campeonato Brasileiro 2009 a liderança teve vários donos e momentos. Atlético Mineiro já sentiu o gostinho; São Paulo, sempre acostumado a estar por cima dos outros também; Palmeiras liderou por quase 15 rodadas; Internacional e Goiás sempre estiveram por ali, mas por ansiedade, cansaço e alguma coisa mais fraquejaram. O exemplo de liderança aparece exatamente no Estado aonde o futebol parecia dar seus ultimos suspiros de glória: Rio de Janeiro. Na verdade são exemplos. Flamengo, depois de 37 rodadas assume a ponta e tem a faca e o queijo na mão para finalmente gritar "Hexa-campeão". O Fluminense amargou durante meses a lanterna. De forma disciplinar, quase milagrosa, resolveu passar a lamparina para o Sport e embalou de vez. O segredo? Tudo que já foi citado acima, além de bons jogadores, é claro. A liderança as vezes pode vir de longe, de outro País. Ou de perto mesmo, de um técnico desacreditado pela imprensa. O Flamengo resgatou ídolos: Petkovic e Andrade - que na minha opinião é o grande nome da estória. O Fluminense resgatou a paixão da torcida, salvou Fred da contusão, trouxe pratas de Xerém, e o segredo foi a filosofia Cuquiana e o armador estrangeiro: Dário Conca.
O tricolor carioca pode estar muito distante de qualquer torneio(Sulamericana e Libertadores). Mas é dono do troféu superação, paixão pelo futebol e liderança moral. Os rubro-negros têm uma torcida apaixonada, diga-se de passagem chata para os rivais. Mas o time empolga, o elenco joga firme, tem regularidade. Altera experiência e juventude. Essa mescla també é visível no Flu. É difícil falar isso, mas a urubuzada merece o título deste ano.
Meu Palestra Itália fraquejou no quesito ansiedade, regularidade, falta de pulso firme. Agora é aprender com os erros. Acho que o Palmeiras, Botafogo e cia merecem um bom adestrador. Posso passar o contato de um bom, é só pedir...

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